A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta sexta-feira, 30, mais uma fase da operação Sisamnes, que investiga um esquema nacional de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas. Em Palmas, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços ligados a suspeitos de participação no esquema, entre eles, segundo apuração pela TV Globo, o prefeito da capital tocantinense, Eduardo Siqueira Campos (Podemos).
A suposta participação do prefeito não foi detalhada pelas autoridades. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, em razão do possível foro privilegiado de alguns dos alvos.
De acordo com a PF, os investigados teriam tido acesso prévio a informações sobre operações policiais em curso, o que teria comprometido a eficácia das ações e das decisões judiciais envolvidas. A corporação também apura indícios de privilégios ilegais concedidos a um dos investigados que já está preso.
Um advogado de Brasília (DF) também é alvo desta etapa da operação. Conforme as investigações, ele teria sido responsável por vazar informações sigilosas a integrantes do grupo investigado.
Esquema Nacional
A operação Sisamnes já identificou a possível venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O nome da operação remete ao juiz persa Sisamnes, executado após aceitar suborno, segundo relatos históricos.
No Tocantins, a operação já havia ganhado destaque em março, quando uma fase anterior levou à prisão de Thiago Marcos Barbosa, advogado e sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). O procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva, também alvo de buscas na ocasião, foi exonerado do Ministério Público local.
Espionagem e Grupo de Extermínio
Esta é a nona fase da operação. Na última quarta-feira, 28, cinco pessoas foram presas sob suspeita de integrar um grupo de espionagem e homicídios por encomenda. Com os detidos, foram encontradas tabelas de preços para o monitoramento ilegal de autoridades como deputados, senadores, ministros e juízes.
A PF ainda investiga se esses serviços chegaram a ser contratados e executados. As suspeitas apontam para a existência de uma rede criminosa sofisticada, com conexões políticas e jurídicas em diversos níveis de poder.