A secretária municipal de educação de Palmas, Débora Guedes (PODEMOS), denunciou, na noite desta terça-feira, 1, a existência de contratos ilegais e o desvio de recursos federais que deveriam ser destinados à construção de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) durante a gestão anterior. As declarações foram feitas por meio de publicações em seu perfil no Instagram enquanto ela cumpre agenda oficial em Brasília.
A revelação ocorre em meio às informações sobre a alteração no funcionamento da Escola de Tempo Integral (ETI) Anísio Spínola Teixeira, localizada no Setor Bertaville, região sul de Palmas. Servidores da unidade escolar emitiram um comunicado aos pais dos alunos informando que, a partir desta quarta-feira, 2, a escola não funcionaria normalmente devido à falta de profissionais suficientes para manter suas atividades. Porém, logo depois, emitiram outro comunicado informando que funcionariam normalmente.
Comunicado da escola
“Informamos que o Colegiado da Unidade Escolar, após uma análise detalhada da situação atual da escola, tomou a decisão de alterar o funcionamento da unidade a partir de 2 de abril. Devido às inconformidades, como a falta de servidores e turmas sem atendimento, que geram um impacto negativo na aprendizagem dos nossos alunos, decidimos que a escola atenderá parcialmente até às 12h.
Essa decisão foi tomada com o objetivo de garantir a qualidade da educação oferecida aos nossos alunos e evitar prejuízos adicionais à sua formação.
Pedimos desculpas por qualquer inconveniente que essa mudança possa causar e agradecemos a compreensão e apoio dos pais e responsáveis.”
Denúncias e fiscalização
Débora Guedes afirmou que, ao assumir a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) na atual gestão do prefeito Eduardo Siqueira Campos (PODEMOS), identificou várias irregularidades, incluindo a presença de Microempreendedores Individuais (MEIs) atuando de forma irregular dentro das escolas municipais. Além disso, destacou que há um histórico de uso indevido de verbas federais destinadas à construção de unidades de educação infantil durante a gestão da ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB).
Outro ponto levantado pela secretária foi o déficit de profissionais na rede municipal de ensino. Segundo ela, em 2024, havia uma carência de mais de 600 servidores, comprometendo diretamente a qualidade do serviço prestado aos alunos. No entanto, garantiu que essa situação já foi revertida e que a realidade da SEMED hoje é diferente.
As denúncias da secretária reforçam a necessidade de fiscalização rigorosa dos recursos públicos destinados à educação e ampliam o debate sobre transparência na gestão escolar. As alegações devem ser analisadas por órgãos competentes para garantir que os recursos sejam aplicados corretamente e em benefício da educação pública municipal.