A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira, 12, a Operação Nêmesis, cumprindo 24 mandados de busca e apreensão nos municípios de Palmas e Santa Tereza do Tocantins. As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo apuração da TV Anhanguera, o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) está entre os alvos da nova fase da operação.
A ação tem como objetivo apurar a possível prática de embaraço às investigações da Operação Fames-19, que investiga desvios de recursos públicos destinados ao combate à Covid-19 e emendas parlamentares utilizadas para compra de cestas básicas durante a pandemia.
Barbosa foi afastado do cargo no início de setembro, durante a segunda fase da Operação Fames-19. A PF apura se parte do dinheiro das cestas básicas foi desviada e utilizada na construção de uma pousada de luxo supostamente ligada à família do governador.
Em nota, a assessoria do governador afastado afirmou que Wanderlei recebeu “com estranheza mais uma operação da Polícia Federal”, enquanto aguarda julgamento de um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF). O texto ressalta que o político “reitera sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém confiança na Justiça e nas instituições”.
De acordo com a PF, as apurações começaram ainda durante a deflagração da segunda fase da Operação Fames-19, que afastou o governador e a primeira-dama Karynne Sotero Campos, então secretária extraordinária de Participações Sociais, também afastada por 180 dias. Ambos negam envolvimento nos fatos investigados.
As investigações apontam que alguns dos investigados teriam se aproveitado de seus cargos e usado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da apuração, o que teria causado embaraço às investigações.
Segundo a PF, as ações desta quarta-feira têm o objetivo de interromper a destruição e ocultação de provas e ativos, além de reunir novos elementos que ajudem a esclarecer os fatos, identificar a participação dos suspeitos e localizar outros possíveis envolvidos. O inquérito tramita sob sigilo na Corte Especial do STJ.


