Iniciou na manhã desta segunda-feira, 27, o julgamento do acusado de ser o mandante do assassinato do empresário Elvisley Costa de Lima, morto em um estacionamento da avenida Palmas Brasil Sul, em janeiro de 2020. A vítima estava dentro da caminhonete quando foi surpreendido por um atirador. O acusado estava no banco do motorista e presenciou o crime.
Em fevereiro do ano passado, a Justiça condenou o executor do homicídio a 22 anos de prisão após ele confessar o crime durante o julgamento. Na época, o réu não disse quem era o mandante. Ele está cumprindo pena em regime fechado.
A Polícia Civil (PC) e o Ministério Público Estadual (MPE) afirmam que o homicídio foi encomendado por R$ 25 mil pelo mandante. Ele está preso desde outubro de 2021.
O assistente de acusação, o advogado da família de Elvisley Costa, Leandro Freire, tem convicção do envolvimento de Bruno no crime.
“Com a análise do vídeo, entre outras provas, não tinha como uma pessoa sair de casa e achar uma arma para tirar a vida de outra. Ou seja, o (executor), sabia onde tinha uma arma, foi lá, pegou a arma, voltou e por diversas vezes ficou rodando até ter uma troca de olhar com o (mandante), onde de fato ele entendeu que já era o momento. Ali foi premeditado, houve um planejamento. A pessoa do (mandante) sabia que ele estaria lá e ele avisou para o (executor) também estar no local para cessar a vida do Elvisley”.
A defesa do acusado de ser o mandante nega e diz que ele é inocente. O advogado Paulo Roberto apontará tese que envolvem outros negócios da vítima como aquisição de um imóvel não pago.
“O (executor) vendeu uma fazenda para o Elvisley e a terra, o Elvisley também não pagou para o (executor). Como o Elvisley tinha negócios com o (mandante), passaram a conversar entre eles, (executor), Elvisley e (mandante) para que o (mandante) assumisse a conta. Era época de pandemia e o (mandante) simplesmente se negou a fazer o acordo porque ele estava praticamente parado, ele trabalhava com eventos. O Elvisley passou o contato do (mandante) para o (executor) e ele passou a ligar para tentar conversar. Nesse dia fatídico, quem ligou para o (executor) foi o Elvisley, não foi o (mandante). O (mandante) foi direto encontrar o Elvisley sem saber que o (executor) estava indo também”.
O julgamento do suposto mandante é realizado no fórum de Palmas, conduzido pelo juiz Cledson Nunes. A família e testemunhas de acusação devem ser os primeiros a falar. Em seguida, serão ouvidas as testemunhas de defesa.
Relembre o caso
O empresário Elvisley Costa de Lima, de 54 anos, foi baleado dentro da própria caminhonete, no dia 4 de janeiro de 2020. A assessoria dos Bombeiros confirmou que a vítima levou pelo menos três tiros no peito. Testemunhas relataram no local que o suspeito esperou a vítima entrar na caminhonete e depois atirou.
Câmeras de segurança de um restaurante flagraram o momento em que o empresário foi baleado. Imagens mostraram que o criminoso estacionou a motocicleta na passagem entre a avenida e a parte interna da quadra 704 Sul, ele desce e caminha até o veículo estacionado.
Sem dizer nada, o homem faz os disparos contra o vidro ainda fechado. Ele não tirou o capacete em nenhum momento. Logo depois, o criminoso volta para onde a motocicleta ficou estacionada e foge.
Imagens também mostram que o outro homem, que seria o mandante, estava no carro. Após os disparos, ele saí do veículo.