O hacker Walter Delgatti Neto foi condenado nesta segunda-feira, 21, a 20 anos e 1 mês de prisão na “Operação Spoofing”, que investiga vazamento de conversas de autoridades ligadas à Operação Lava Jato. Delgatti já está preso por conta de outra investigação.
No momento, o hacker, está preso por causa da investigação que apura suspeita de que ele foi pago pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas eletrônicos do poder Judiciário.
O juiz da sentença na “Operação Spoofing”, Ricardo Augusto Soares Leites, substituto 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirmou que ficou comprovado que muitas autoridades foram hackeadas.
“A amplitude das vítimas é imensa e poderia render inúmeras ocasiões de extorsões”, escreveu o magistrado.
“Seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal, além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando verificar as contas que tiveram conteúdo exportado. É reincidente, conforme comprova sua ficha criminal e possui outros registros penais“, continuou o juiz.
Soares Leite também pontuou que Delgatti chegou a propor a venda do material hackeado para a imprensa por R$ 200 mil.
Também foram condenadas outras pessoas que atuaram junto com Delgatti:
Gustavo Henrique Elias Santos: condenado a 13 anos e 9 meses
Thiago Eliezer Martins Santos: condenado a 18 anos e 11 meses
Suelen Priscila De Oliveira: condenada a 6 anos
Danilo Cristiano Marques: condenado a 10 anos e 5 meses
Operação Spoofing
A operação foi deflagrada em 2019. A intenção era investigar a invasão e a interceptação de mensagens privadas do então ministro Sérgio Moro e de outras autoridades no aplicativo Telegram.
Antes de entrar para o governo Jair Bolsonaro, Moro era o juiz responsável pela Lava Jato na 1ª instância da Justiça Federal, em Curitiba.
Na época em que a operação foi deflagrada, Delgatti admitiu à PF que entrou nas contas de procuradores da Lava Jato e confirmou que repassou mensagens ao site The Intercept Brasil; ele disse não ter alterado o conteúdo e não ter recebido dinheiro por isso.